Desde que o programa Dr. Hollywood foi ao ar na Rede TV!, em 2007, ele se tornou celebridade. Dono de um sotaque “americanizado” - nasceu em São Paulo, mas cresceu nos Estados Unidos - Roberto Miguel Rey Júnior, mais conhecido como Dr. Rey, é considerado o guru das cirurgias plásticas. Tem 33 mil delas no currículo e mãos que valem ouro, ou melhor, “5 milhões de dólares”, como ele mesmo quantifica. Por seu jeito metrossexual de ser e extravagante de se vestir, não pode passar despercebido e é claro que quando esteve no Brasil, onde em outubro ele inaugura a clínica Estética Hollywood, aproveitamos o ensejo para falar com ele. A seguir o resultado deste bate-papo animadíssimo.
Como serão essas clínicas que você pretende abrir no Brasil?
Não posso clinicar no Brasil, porque não tenho diploma brasileiro. Então, as clínicas aqui serão estéticas, sem uso de bisturi. E atuarei só como consultor. A primeira será aberta em outubro, em Moema (SP), mas queremos abrir mais mil pelo Brasil.
Qual cirurgia plástica está na moda agora?
Os seios grandes já eram. Hoje a moda é o bumbum de brasileira, porque o foco da sensualidade humana está no bumbum. Tudo tem a ver com o bumbum. Eu quase morro de trabalhar! Passo o dia inteiro fazendo bumbuns. E o que TODAS querem agora é o bumbum da Adriana Lima que é perfeito.
Sério? E quais são as outras personalidades que mais inspiram a plástica das gringas?
Por mais de 12 anos foi a Gisele Bündchen, mas agora é a Adriana Lima e ponto. E para os homens, Jesus Luz, que é até meu amigão em Beverly Hills.
É possível reproduzir um bumbum de celebridade na sala de cirurgia?
Bom, eu automaticamente vou para o conceito de bumbum ideal, que é um coração invertido, cheinho no meio e no centro. A parte de cima do bumbum tem de ter um decote bem fundo, como o seio. Pego a gordura (seja do braço ou da barriga), retiro só as células-tronco dali e injeto no bumbum, porque as células-tronco vão se diferenciar do tecido onde eu as coloquei. E nunca tivemos nenhuma que esvaziou.
E o que os homens pedem na hora da cirurgia plástica?
Eu quase não opero homens, porque não vale a pena. Homem tem pelos, e cada folículo requer sua própria circulação, por isso, eles sangram muito, a ponto de ser perigoso. E outra: homem é mais fraco para a dor. Nunca vi uma mulher falar “Ai, doutor”. E olha que eu faço filé delas. Mas já vi homens que desmaiaram só de tirar o esparadrapo.
Vocês diz que os homens são fracos para a dor, mas você já confessou que fez plásticas em si mesmo. Como fez isso?
Olha, sei que me visto um pouquinho metro(sexual), quer dizer, muito metro demais [risos], que sou bem feminino – porque tinha uma mãe gaúcha superlegal e um pai americano tirânico, então claro que puxei o lado mais feminino –, mas sou bem bravinho. Tenho quatro faixas pretas, luto de segunda a sábado, inclusive com navalhas e nunchaku [bastões]. Já quebrei o nariz mil vezes e, nessa vez que você se refere, foi uma cirurgia de emergência.
Você já fez muita plástica?
Fiz nariz duas vezes, porque quebrei muito na luta; orelha, porque por causa do judô e do jiu-jítsu minha orelha estava um copo. E faço laser no papo, para que ele não caia. Estou com 53 anos, a caminho dos 60, e não vou envelhecer. O dia em que me colocarem na cova, com 96 anos, vou estar assim.
Você diz ser metrossexual. Explique-se melhor, Dr. Rey!
Acho que essa resistência à dor eu peguei do meu lado feminino, que é mais ou menos 60%. Mas cultivo esse lado feminino não acidentalmente. É que estudei na JFK School, a escola de governo de Harvard, a mesma que o Obama fez, e, lá, eles ensinam que o homem machão não é eleito. O homem que ganha eleição é o com traços delicados, mais femininos. Basta ver o J. F. Kennedy, o Obama... Sou mais feminino, mas óbvio que adoro as mulheres.
Recentemente, fizemos uma matéria sobre o novo padrão de beleza da vagina. No seu consultório, as mulheres pedem mesmo esse novo look “garotinha”?
Depois de passar três bebês por uma coisinha tão delicada, os lábios internos caem e a vagina fica escura. Então, nós levantamos os lábios internos, clareamos os lábios, colocamos células-tronco nos lábios externos, para ficarem cheinhos. Também tiramos um pouco da pelanquinha do clitóris – tipo a circuncisão no homem. Então aperto a vagina e coloco ácido hialurônico no ponto G, para deixar uma bolotinha. Aí é só tocar e elas já explodem.
Alguma cirurgia já deu errado?
Tenho 24 anos de carreira, já fiz 33 mil cirurgias e só cinco pacientes tiveram infecção. Nenhum morreu! Só errei uma vez, quando ainda era estudante, e até hoje pesa na minha consciência. Quando eu era residente, operei uma mulher muito raquítica. E, na hora de levantar o rosto dela, ela não tinha gordura entre a orelha e o nervo. A pele estava grudada no nervo. Acabei cortando o nervo dela. Mas Deus é tão sábio, que colocou quatro nervos segurando a orelha. E o nervo cresce de novo em um ano.
E é verdade que você vai se candidatar aqui no Brasil?
Agradeço a vocês, jovens, que acordaram o gigante adormecido. Quero melhorar o SUS, o ensino, a segurança, pagar polícia melhor. Ia me candidatar nos EUA, mas os partidos brasileiros estão me convidando. Então estou cogitando seriamente a me candidatar a deputado federal. Porque chegou a hora de o Brasil liderar o mundo.


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